Cinemateca

Dica de filme: Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, 2014) vs Bíblia Sagrada – Moisés (Moses, 1995)

Hoje vamos com uma dica, só que não, e então, uma dica. Assim como é importante dar dicas sobre o que assistir, o que não assistir também vale. Essa aqui é somente minha humilde opinião. Com certeza filmes que vocês verão aqui serão criticados ou recomendados enquanto eu faço o oposto.

Ridley Scott sempre foi e provavelmente será um nome de diretor que paro para dar uma olhada quando sai alguma coisa nova. Diretor de filmes como Blade Runner, o caçador de androides (Blade Runner, 1982), Alien, o oitavo passageiro (Alien, 1979), Gladiador (Gladiator, 2000), e meu favorito dele, Hannibal (Hannibal, 2001), o cara tem meu respeito. Mas não é de hoje que me parece que seus dias de glória estão em queda. Em 2013 tive a oportunidade de assistir Conselheiro do Crime (The Counselor, 2013), ou de pelo menos ir até os 40 minutos e parar. Diálogos monótonos, cenas sem vida, como um daqueles filmes cheios de atores famosos e sem conteúdo. Achei que isso estava para mudar, com o prometido épico Êxodo: Deuses e Reis (Exodus, Gods and Kings, 2014). O trailer do filme chegou a me arrepiar. A história bíblica de Moises recontada com os efeitos de hoje e um pouco da influência moderna, como ocorreu em Noé (Noah, 2014), não tinha como dar errado. Só que não.

Exodus: Gods and Kings - Exodo: Deuses e reis

Nome original: Exodus: Gods and Kings
Ano: 2014
Genero: Ação / Aventura / Drama
Duração: 150 minutos
Diretor: Ridley Scott
País: Reino Unido / EUA / Espanha
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=zQ5yVUXdMFI

A nova história contada por Ridley Scott retrata Moises e Ramses como dois irmãos próximos, amados quase que de forma igual pelo faraó, vivendo como guerreiros travando batalhas lado a lado. Até ai, OK, posso aceitar isso e meu coração continua aberto. É normal que diretores, principalmente dos grandes, façam alterações para atender a sua visão. Também é normal um certo preconceito ao modificar histórias bíblicas, como aconteceu com as criticas em relação a adaptação de Noé em 2014. O problema na verdade começa com os personagens.

Christian Bale e Joel Edgerton são dois ótimos atores, com papéis altamente renomados (porra, Bale é o Bátima!), porém em um filme que retrata uma época muito antes de Cristo, o mínimo que eu esperava eram diálogos rebuscados, personagens temerosos ao desconhecido e o retrato do que pouco se sabe sobre a época, através dos relatos da Biblia ou mesmo os hieróglifos da história de Ramses como base. Ao invés, recebemos um Moises revoltado, as vezes indiferente, vingativo, cheio de ódio, contra um Ramses reprimido, as vezes sem expressão e cheio de gestos “modernos”. Conversas sobre expectativa de vida, Moises e Deuses discutindo como dois super-heróis de quadrinhos com frases de efeito e um faraó sem preconceito. Ben Kingsley, Sigourney Weaver, Aaron “Jesse Bitch Pinkman” Paul e John Turturro tem uma participação ínfima e não são suficientes para salvar o filme.

Não obstante, Ridley Scott tenta contar a maior parte dos eventos da Biblia relacionados a Moises, juntando alguns pontos que ele criou, criando uma história corrida com cenas de ação forçada. Sinceramente, a história contada na Biblia em muito mais drama e, com os efeitos que temos hoje, algo muito melhor poderia ter sido feito. Muito tem se comparado com o filme Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956) nas criticas porém tenho uma dica mais “moderna” do filme que considero a melhor representação cinematográfica bíblica fiel ao livro sagrado.

Moses - Moises

Nome original: Moses
Ano: 1995
Genero: Aventura / Biografia / Crime / Drama / História (quantas classificações…)
Duração: 188 minutos
Diretor: Roger Young
País: EUA / Republica Checa / Reino Unido / França / Italia / Alemanha / Espanha (eita hahaha…)
Trailer (já aviso que o vídeo tá bem ruinzinho): https://www.youtube.com/watch?v=U0HZ-_DZTPs

Já começou épico. Em um filme de três horas, filmado em pelo menos 7 paises, o filme segue fielmente a saga de Moisés desde seu nascimento (apenas citado em Êxodo) até o momento de sua morte (a conclusão de Êxodo se dá no que Ridley Scott colocou como a representação do momento em que Moisés recebe os Dez Mandamentos), interpretado por não menos que Ben Kingsley. Sim, o ator parrudo que foi colocado para interpretar um personagem totalmente secundário em Êxodo interpreta Moises neste filme de 1995, contando também com o épico Christopher “Saruman” Lee como o Faraó e Frank Langella como Ramses, além da participação especial da atriz brasileira musa do Pica Pau, Sonia Braga, como a mulher de Moises.

 

Moises - Ben Kingsley

Vale a pena dar uma olhada!

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